Não há nada de errado com “não há nada”. Em outras palavras, na língua portuguesa não é incorreto usarmos duas negativas na mesma frase. Portanto, “não quero nada” é uma frase perfeitamente correta em nosso idioma. No padrão formal da língua inglesa, todavia, evite usar duas negações. Diga, portanto, “I WANT NOTHING” ou “I DON’T WANT ANYTHING”. Não se trata, é claro, de regra inflexível. Vemos com muita freqüência duas negativas serem empregadas em conversas informais, letras de música, filmes etc. Mas lembre-se de que aquilo que soa natural, simpático, divertido, perspicaz etc. em contextos informais pode, muitas vezes, ter um impacto negativo em situações formais. Não se esqueça de que o contexto determinará qual é a opção ideal. Para falarmos e escrevermos bem qualquer idioma, em geral, temos que optar não pelo “certo” ou “errado” e sim pelo que é “recomendável” de acordo com cada situação. Observe que no primeiro exemplo, a seguir, o título de uma canção de Spencer Williams e Clarence Williams, há três palavras que indicam negação. No segundo, temos uma negação em inglês mas duas na tradução para o português.
Cf. AIN'T
Cf. NEGAÇÃO INVERTIDA
- I Ain’t Gonna Give Nobody None of My Jellyroll.
- Não vou dar nada do meu rocambole para ninguém.
- “This is a piece of paper that means nothing”, he says. (The Wall Street Journal)
- “É um pedaço de papel que não quer dizer nada”, diz ele.
Referência: "Dicionário dos Erros Mais Comuns em Inglês" de Ulisses Wehby de Carvalho - Editora Campus/Elsevier, 2005. Leia a resenha.